Jesus o Bom Pastor

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25 agosto 2010

Um burguês alienado?





• Para Marx, o burguês também é um homem alienado. Segundo ele, “é de se notar que tudo o que aparece no trabalhador como atividade da exteriorização, o estranhamento, aparece no não-trabalhador como estado da exteriorização, do estranhamento”. A diferença é que o resultado do trabalho alienado é diferente para um e para outro. “O trabalho produz maravilhas para os ricos, mas produz privações para o trabalhador. Produz palácios, mas cavernas para o trabalhador. Produz beleza, mas deformação para o trabalhador... Produz espírito, mas produz cretinismo, imbecilidade para o trabalhador”.
Por isso, a alienação manifesta-se de maneira diferente em cada classe social. “A classe possuidora e a classe proletária apresentam a mesma alienação humana. No entanto, a primeira se encontra bem e fortalecida nesta alienação, ela reconhece a alienação como seu próprio poder e tem nela a aparência de uma existência humana. O proletariado sente-se aniquilado na alienação; ele vê nela sua própria impotência e a realidade de sua existência desumana”.
Portanto, cabe à classe que se sente aniquilada na alienação a tarefa de eliminá-la, não pela via individual e religiosa, mas pela luta de classes. Marx dizia, numa frase polêmica, que o resultado da alienação é a propriedade privada. Por isso, para a verdadeira libertação do homem, é necessário acabar com a propriedade privada dos meios de produção, e dar o primeiro passo na direção de uma sociedade verdadeiramente consciente, desalienada. Isto é, uma sociedade sem classes onde os homens passem a dominar a natureza para preservá-la e a controlar conscientemente seus meios de produção, de forma que as mercadorias deixem de reinar no mundo dos homens, e os próprios homens passem a ser a única medida de valor. A perspectiva aqui apontada é a da sociedade socialista, onde finalmente os indivíduos poderão dizer: não preciso fechar os olhos para conquistar a felicidade, ela virá pela minha consciência, e não pela ignorância.
Felicidade que deve ser entendida com uma conquista histórica do homem e não como uma qualidade que posse ser adquirida por dinheiro com a compra de alguns “comprimidos da felicidade” ou com a passagem para a “vida eterna”. Esta conquista virá quando, "pressupondo o homem enquanto homem e seu comportamento com o mundo enquanto um comportamento humano, tu só podes trocar amor por amor, confiança por confiança, etc”, nunca amor e confiança por dinheiro. 

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